“O destino das nações depende daquilo e de como as pessoas se alimentam” (Brillat-Savarin, 1825).

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Fenilcetonúria (PKU)


Você sabe ou já ouviu falar sobre a Fenilcetonúria? É normal que muitas pessoas não conheçam sobre essa doença de nome estranho, afinal a incidência de casos atualmente é de aproximadamente 1:10.000!! E é sobre ela que vamos falar hoje!
         A fenilcetonúria é uma dos erros mais comuns no metabolismo de aminoácidos, que envolve diretamente a fenilalanina e a tirosina.
Para que você possa entender melhor, vou falar um pouco sobre esses aminoácidos:
Fenilalanina
Tirosina
A fenilalanina (Phe) é um aminoácido essencial, ou seja, não é produzido por nosso organismo, logo só pode ser adquirido por meio da dieta. É fundamental na formação da tirosina, um aminoácido condicionalmente essencial, ou seja, o organismo consegue produzir desde que tenha o substrato e as condições necessárias. É importante na produção de dopamina, melanina e proteínas teciduais. No entanto para que ocorra a formação de tirosina a partir de Phe é necessária uma enzima: a fenilalanina hidroxilase.
         A fenilcetonúria ocorre devido a uma mutação no cromossomo 13, que resulta na deficiência da enzima Fenilalanina hidroxilase, responsável pela conversão de fenilalanina em tirosina.  Assim essa incapacidade de metabolização, gera uma redução da tirosina e acúmulo de fenilalanina que provoca sérias conseqüências.
         Existem três tipos de fenilcetonúria, cuja classificação leva em consideração os níveis toleráveis de Phe no organismo:
Fenilcetonúria clássica: quando a atividade da enzima fenilalanina hidroxilase é praticamente inexistente (atividade inferior a 1%) e, conseqüentemente, os níveis plasmáticos encontrados de Phe são superiores a 20 mg/dl.
Fenilcetonúria leve: quando a atividade da enzima é de 1 a 3% e os níveis plasmáticos de Phe encontram-se entre 10 mg/dl e 20  mg/dl.
hiperfenilalninemia transitória ou permanente: quando a atividade enzimática é superior a 3% e os níveis de FAL encontram-se entre 4 mg/dl e 10 mg/dl; esta situação é considerada benigna, não ocasionando qualquer sintomatologia clínica.




A fenilalanina em excesso, e seus catabólitos, têm efeito tóxico ao sistema nervoso central, interferem na síntese protéica cerebral e mielinização, diminuem a formação de serotonina. Essas alterações determinam a perda de funções, especialmente da capacidade intelectual do fenicetonúrico. Por isso é muito importante que a doença seja detectada o mais precoce possível para evitar graves falhas na formação intelectual do indivíduo. Assim normalmente o diagnóstico é feito em até  no máximo sete dias de vida, no teste do pezinho.
O diagnóstico será abordado aqui, assim como o tratamento e outros detalhes da PKU em outros post. Não percam!


Walkyria Paula

Fontes:

MIRA Nádia VM e Ursula M Lanfer Marquez: Importância do diagnóstico e tratamento da fenilcetonúria. Rev. Saúde Pública. V 34(1), 2000.

http://dtr2001.saude.gov.br/sas/dsra/protocolos/do_f20_01.pdf, acesso em 05 de junho de 2012.

 


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